terça-feira, 14 de setembro de 2021

Carta de Áurea (irmã de Altamira) para os sobrinhos


26 de fevereiro de 1945 – CARTA DE AUREA PARA PEDRINHO E PAULINHO (cópia)

 

Rio, 26 de fevereiro de 1945.

Caro sobrinho Pedrinho e Paulinho

Esta cartinha é para os dois.

 

          Deus que te guie para o caminho do Bem e do Progresso.

          A muito estou para escrever a você, pois há ocasiões na minha vida árida e sósinha (sic), que sinto a ausência álacre das crianças.

          Gosto como tia velha de compartilhar de todas as emoções. Alegra-me saber em cartinha de próprio punho, que meu caro sobrinho está enfrentando a luta com estoicismo, que tem amor ao trabalho e que tem em sua mente realizar seu ideal para o futuro. Quer maior contentamento para os nossos pais que lutam pelos seus filhos, do que vê-los vencer, mesmo com sacrifício a luta? Toda pessoa que se esforça por um futuro melhor, estará sempre rodeado de carinho e estímulo, seja de seus patrões, mestres e pais. Por toda parte somos admirados, de todos os corações temos um pedacinho deles. Enquanto somos crianças, em cuja mente só nos sorri o belo, temos o alicerce dos nossos pais, que nos faz a vida suave, despreocupada, sem vestígios de imprevistos. Devemos como recompensa deste zelo e amor, que nada nos pode, senão a nossa própria felicidade, ser-lhes reconhecidos, humildes e obedientes, cumpridores dos nossos deveres. Tudo que se nos depara na vida, é possível de vencer, do contrário não existiria. Eu tenho vencido obstáculos que nunca imaginei vencê-los! Nós fraquejamos quando o lado quimérico é mais forte. Caro sobrinho, procure sempre vencer pela razão e pelo Direito. O que é banal, dissolve e nada nos dá. Devemos ter ideias firmes num só ponto, e esse alvo deve ser vencido com paciência, perseverancia(sic) e confiança em si próprio. Toda luta, nunca é tão amarga, quando temos o carinho dos nossos paisinhos a nos confortar!

          Junto à esta, segue um recorte de jornal, de um exemplo de vitória de um rapazinho que venceu todos os sofrimentos e obstáculos que a vida lhe presenteou, sem ter pais que o animasse e amasse e nem a cama para dormir, onde pudesse ao menos por algumas horas repousar e sonhar com os Anjos! Ele venceu, mesmo dormindo no relento, sem carinho, tendo muitas vezes, como coberta, o Céo(sic) sem estrelas...

          Escreva-me, se gostou deste exemplo. Gosto de ver um menino assim, valioso e forte.

          Será que você, será um igual a ele? Espero que sim.

          Beijos da titia saudosa, que muito te quer,

                                                                                                              tia Nenê


 

2ª Carta de Áurea para Palomo

 

Acervo CEDOC APV - Batatais/SP

27 de outubro de 1944 – CARTA DE AUREA PARA PALOMO (cópia)

 

Rio, 27 de Outubro de 1944

 

Caro Palomo,

 

          Deus te guarde!

          Espero que já tenhas recebido minha primeira cartinha para teu conforto. Já te enviei um cartão com dizeres que muito te alegrarão. Anexa a esta, seguirá a letra da “CANÇÃO DO EXPEDICIONÁRIO”, da qual tirei cópia também para a querida maninha Altanira. Foi uma homenagem do nosso glorioso poeta (GUILHERME DE ALMEIDA), a F.E.B. A música é da canção (Você sabe de onde eu venho?) Espero com isto dar-te migalhas de conforto moral e espiritual.

          Chegaste bem de viagem? A Itália é linda, mesmo atingida, mesmo em ruinas? O mar, o céu, é mais lindo que nosso Cruzeiro do Sul? Conta-me alguma cousa(sic), em tua carta, quero guardar impressões de todos, que de mim se lembrarem por fraternidade universal. Para nós aqui, nada nos conforta tanto do que saber que todos os nossos aí vão bem e que tudo o que é nosso tem um encanto diferente, que tudo verem lhes sejam motivo para alegria e curiosidade aos olhos do estrangeiro. Mesmo tendo boas notícias, as nossas orações são e serão sempre para a volta triunfal o mais breve possível de todos, para que restiuam(sic) com sua presença a calma aos corações das mães, irmãs, noivas, companheiros na vida social tão necessária, turvada torpemente.

          Aqui, parece que todos bem. Sou sempre a mesma, no meu cantinho, escrevendo à todos e fazendo meu habitual tricot(sic). Peço a Deus por todos, em todos os momentos, onde estiverem, e que tenham sempre minutos preciosos com que possam dedicar às suas famílias e amigos, concentrados numa carta ou cartão onde nós possamos senti-los para que a ausência nos seja mais suave e menos amarga!

          Abraça-te fraternalmente, e à maninha por mim

                                                                                                       Aurea (Nenê

 

Sabes, Palomo que hoje começa a 1ª Olimpíada? Vamos sair à 1 hora, assistirei e te darei impressões dos atletas.


Carta de Áurea (irmã de Altamira) para Palomo

 

Acervo CDOC APV - Batatais/SP

16 de outubro de 1944 – CARTA DE AUREA PARA PALOMO (cópia)

Já dei à maninha o meu Bom Dia bem brasileiro, duas veses (sic) pela RADIO TAMOIO. Será que ela ouviu?

 

Rio, 16 de Outubro de 1944

 

          Caro Palomo,

 

          Que a paz de deus esteja contigo.

          Esta carta sendo a primeira que te escrevo, quero que sintas reflexos do acolhimento que sempre te dediquei. No sossego do meu cantinho, onde moro, acho que é meu dever dedicar momentos dele para você, para teres a impressão (e eu também), que estás aqui me ouvindo e me confortando com tuas visitas tão preciosas!

          É digno pois, que eu reparta o meu coração fraternalmente contigo. O momento separou e distanciou grandes amisades (sic), mas uniu espíritos numa comunhão religiosa de sentimentos, que o fragor da batalha não dissolve nem deturpa...

          É chegado o momento de, em minha solidão, preenche-la em cartas que irão confortar corações ávidos do seu conteúdo.

          Espero que, no momento que leres esta, já tenhas estado com minha querida maninha (Altanira), e espero que o encontro tenha sido confortador para ambos. Diga a ela o quanto sua ausência me abalou, muito embora eu tenha a certeza de que enfermos de espirito e do corpo, necessitam mais dela nesta fase, do que eu, porque ela quando partiu, deixou-me a Providência Divina e a fé inabalável, que tudo suporta, vence, mesmo regada com lágrimas...

          Tenho sido forte, mas que pensava, faça com que ela se convença disto. Bem tens prova disto, enxugaste lágrimas, mas resignadas, amargas, sem a blasfêmia que deturpa o seu gesto de dor...

          Quero ser breve, portanto, fico por aqui, mas tenha a certeza que terás cartas, cartões, minhas e do nosso Brasil, onde encontrarás, o afeto fraternal, e matarás as saudades que temos quando estamos longe, de tudo o que é nosso, na linguagem que tudo compreenderás, sentirás a minha amisade(sic) e um pouco do nosso BRASIL, em cada palavra, e apelo.

          Reso(sic) por todos, e faço votos que teu anjo de Guarda zele por ti, todos os momentos,

          Abraça-te, fraternalmente,

                                                                                       Aurea

Um abraço do Snr. Gomes e, dê um em Altanira por nós.

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

CIRCULAR DE REGULAMENTAÇÃO DAS CORRESPONDÊNCIAS PARTICULARES DA FEB DURANTE A II GUERRA



Após a publicação dos DIÁRIOS DE ALTAMIRA NA II GUERRA, chegou o momento de publicarmos as correspondências que a mesma trocou com seus familiares e amigos durante sua atuação no Front Italiano.

Para abrir essa etapa apresentamos a cópia feita em 27 de julho de 1944, por Áurea (Nenê) , irmã de Altamira, da CIRCULAR emitida em 22 de junho de 1944 pelo General João Batista Mascarenhas de Morais sobre a REGULAMENTAÇÃO DA CORRESPONDÊNCIA PARTICULAR.


Para orientar as correspondências entre os membros da família com a enfermeira Altamira, Áurea (irmã de Altamira) realizou a cópia da Circular sobre regulamentação a que estava sujeita a correspondência particular entre elementos componentes da F.E.B. e o Território Nacional, para conhecimento amplo dos oficiais, praças, amigos e familiares. (Rio de Janeiro, 22 de julho de 1944)

Instruções para colocação do endereço na correspondência para dificultar a coleta de informações por parte dos agentes de espionagem inimigos, sem complicar a manipulação da correspondência pela F.E.B.

Instruções da correspondência da F.E.B. para o BRASIL: só serão aceitas cartas ordinárias do tipo aéreo, pequenas encomendas não registradas e valores postais (apenas da FEB para o Brasil). No endereço da correspondência destinada à FEB só poderão constar o nome, o número que indica o destino e as iniciais F.E.B., observando deixar espaço para colocação de carimbos e notas de censura no envelope.

Limite de peso das cartas (menor - 5g e maior 50g) e pequenas encomendas (1000g) e alerta sobre o que pode e o que não pode ser expedido pelo correio, além de informações sobre a CENSURA.

LISTA DOS MATERIAIS QUE NÃO PODIAM SER ENVIADOS PELO CORREIO:
a) objetos que por sua natureza ou acondicionamento possam oferecer perigo para os servidores postais, bem como manchar ou deteriorar a correspondência,
b) materiais explosivos, inflamáveis ou perigosos,
c) animais vivos,
d) ópio, morfina, cocaína e outros entorpecentes,
e) objetos obscenos ou imorais,
f) moedas, notas de banco, papel moeda ou valores quaisquer ao portador, platina, ouro objetos preciosos,
g) materiais corantes [cortantes?],
h) licores e bebidas de qualquer espécie,


LISTA DOS MATERIAS QUE PODIAM SER ENVIADOS PELO CORREIO:
a) chocolate, mate, café em pó,
b) doces secos e biscoitos,
c) cigarros,
d) fumo desfiado ou em rolo,
e) sabonete, escova e pasta para dentes, laminas e pincel para barba,
f) roupa não usada, pequenas peças de uso pessoal,
g) estampas e imagens religiosas,
h) retratos,
i) artigos de ótica.

I
Informações sobre a emissão de vales e anotações de Aurea (Nenê) sobre como esta cópia foi feita em seu serviço, com folha do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem.

EM RELAÇÃO À CENSURA DAS CARTAS:
1- Toda correspondência para a FEB e desta para o Brasil, será objeto de censura
2- A correspondência destinada ao Brasil será censurada inicialmente nos Corpos de Tropa (Cia. Bia. Esq. etc) devendo para isso ser entregue aberta.
3- A correspondência entre os elementos da FEB e suas famílias, amigos etc., e vice-versa, deve em princípio só tratar de assuntos pessoais.
4- É proibido na correspondência particular tratar de assuntos que de qualquer forma possam interessar ao inimigo, como: efetivo, eficácia, moral ou organização de nossas forças, local ou movimento de qualquer força do Exército, aérea ou naval, armamento ou equipamento de qualquer espécie, planos ou previsões para ocupações futuras, sejam conhecidas ou meramente projetadas, emprego, condições ou provável extensão de rodovias, ferrovias e outros meios de transporte, posições ou descrição de aquartelamentos, estacionamentos ou acampamento, resultados da ação inimiga, critica ou declarações que possam trazer desarmonia entre nossas forças ou de nossos aliados, uso de códigos, cifras e estenografia, etc.
Parágrafo Único: É imperativo que todos os homens em serviço militar compreendam que pessoas faladoras ou de pouco discernimento que procuram impressionar a outrem com sua importância dando informações desnecessárias, e os que sentem que devem dizer a familiares ou à amigos tudo quanto sabem, podem tornar-se uma ameaça a seu p[?] a vida de seus companheiros.


ACERVO DO CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO DA II GUERRA MUNDIAL
CAP. ALTAMIRA PEREIRA VALADARES (Enfermeira Reformada da FEB)






sexta-feira, 20 de agosto de 2021

MANTENDO CONTATO NA GUERRA

 

A enfermeira voluntária Altamira Pereira Valadares, antes mesmo de sua partida definitiva para o palco de guerras na Europa, propõe-se, segundo ela própria, a “escrever a todas as pessoas queridas”. Temia não conseguir manter contato com o grupo social durante sua participação na Segunda Guerra Mundial. Como membro oficial do Serviço de Saúde da Força Expedicionária Brasileira (FEB) saiu secretamente do Rio de Janeiro em agosto de 1944 rumo à Itália, com direito a escalas em bases norte-americanas e francesas ainda no Brasil, em uma ilha no Oceano Atlântico e na África.

A seguir uma carta enviada por Altamira à sua irmã Aida, em Batatais. A correspondência tinha um clima de despedida e de preocupação em relação à saúde de seu pai, que convalescia. O pai de Altamira à época morava na capital paulista junto a uma de suas filhas, Altina.



Fragmento de uma carta de março de 1944, quando dos preparativos brasileiros para a guerra. 

Acervo familiar da capitã Altamira

 

Altamira, ao contrário do que ela própria esperava, conseguiu, por vezes com dificuldades, manter contato com a família desde sua partida oficial pela FEB para o conflito bélico na Itália. A primeira pessoa que a enfermeira buscou comunicar-se foi com sua irmã Áurea, que morava junto com ela no Rio de Janeiro. As tentativas de comunicação utilizadas pela enfermeira enquanto esteve na Europa foram por carta, telegrama, jornal, rádio e telefonia. 

 

Para acompanhar os indícios dessas correspondências da enfermeira, na tentativa de estar em constante ligação com as pessoas conhecidas do Brasil. E mesmo outros estudos e curiosidades sobre as vivências da Capitã Enfermeira da FEB Altamira Pereira Valadares,

veja os links abaixo:

https://jornaldacidadebatatais.com.br/escritas-na-guerra-indicios-de-narrativas-das-correspondencias-da-enfermeira-altamira-parte-ii/

https://jornaldacidadebatatais.com.br/escritas-na-guerra-indicios-de-narrativas-das-correspondencias-da-enfermeira-altamira-parte-i/

https://jornaldacidadebatatais.com.br/25-anos-bem-comemorados-em-maio-digo-27-anos/

https://jornaldacidadebatatais.com.br/o-dezembro-de-1944-para-altamira/

https://jornaldacidadebatatais.com.br/o-dia-a-dia-da-guerra-por-altamira-pereira-valadares/

https://jornaldacidadebatatais.com.br/entre-diarios-de-guerra/

https://jornaldacidadebatatais.com.br/altamita-pereira-valadares/

Siga a trajetória de Altamira e sua participação na Segunda Guerra Mundial – online

Diário de Guerra - transcrito

http://centrodocumentacaoaltamira.blogspot.com/2020/07/torpedeamentos-navios-brasileiros.html

Geral:

https://jornaldacidadebatatais.com.br/colunas/giro-historico-e-cultural/

http://centrodocumentacaoaltamira.blogspot.com/

https://www.youtube.com/watch?v=bmC025-WQYo&t=20764s  - A partir da minutagem 1:40:05

Artigos:

 

https://claretiano.edu.br/revista/linguage-academica/6093e7088cc51756a94eda99

 

http://www2.eerp.usp.br/laeshe/sites/default/files/anaisV_1.pdf

http://www2.eerp.usp.br/laeshe/sites/default/files/anais%20IV%20Semana_1.pdf

 

Referências

 

ACERVO documental do Centro de Documentação da Segunda Guerra Mundial “Cap. Enf. da FEB Altamira Pereira Valadares”, Batatais (SP).

 

ACERVO documental do Museu Histórico e Pedagógico “Dr. Washington Luís”, Batatais (SP).

 

VALADARES, Altamira Pereira. Diário de Guerra. v. 1 e v. 2 [04/08/1944 a 28/04/1945]. Centro de Documentação da Segunda Guerra Mundial “Cap. Enf. da FEB Altamira Pereira Valadares”.

 

VALADARES, A. P. Diário de Guerra. Transcrição/compilação datilografado. s/d. Centro de Documentação da Segunda Guerra Mundial “Cap. Enf. da FEB Altamira Pereira Valadares”.

 

VALADARES, A. P. Preâmbulo – Retrospecto. 23 fev. 1961. 1ª versão datilografada. Centro de Documentação da Segunda Guerra Mundial “Cap. Enf. da FEB Altamira Pereira Valadares”

 

VALADARES, A. P. Álbum biográfico das Febianas. Rio de Janeiro: Mauro Familiar, 1976.

 

                                                                                                             

BIBLIOGRAFIA SOBRE A CAPITÃ ALTAMIRA E SEU ACERVO

 

BALTAZAR, Alessandra. Coleção “Mostruário de Guerra”. Revista Linguagem Acadêmica: Dossiê Capitã Altamira, v.11, n.1 p. 143-172, jan./jun. 2021. Batatais, SP: Claretiano, 2021. Disponível em: https://claretiano.edu.br/revista/linguage-academica/6093e7088cc51756a94eda99

 

BALTAZAR, Alessandra; LOPES, Rodrigo Touso Dias Lopes. Um Museu “CERTO” criado por caminhos “TORTOS” Artigo acadêmico, Bacharelado em Museologia. Batatatis,SP: Claretiano, 2021.

 

BALTAZAR, Alessandra; SQUARIZI, Luciana. Afinal, quem foi Altamira Pereira Valadares? Jornal da Cidade Estância Turística de Batatais, Batatais, agosto 2021, Giro Histórico e Cultural. (em elaboração)

BALTAZAR, Alessandra; SQUARIZI, Luciana. Escritas na Guerra: indícios de narrativas das correspondências da enfermeira Altamira – parte II. Jornal da Cidade Estância Turística de Batatais, Batatais,  agosto 2021, Giro Histórico e Cultural. Disponível em: https://jornaldacidadebatatais.com.br/escritas-na-guerra-indicios-de-narrativas-das-correspondencias-da-enfermeira-altamira-parte-ii/

BALTAZAR, Alessandra; SQUARIZI, Luciana. Escritas na Guerra: indícios de narrativas das correspondências da enfermeira Altamira – parte I. Jornal da Cidade Estância Turística de Batatais, Batatais, 30 julho 2021, Giro Histórico e Cultural. Disponível em: https://jornaldacidadebatatais.com.br/escritas-na-guerra-indicios-de-narrativas-das-correspondencias-da-enfermeira-altamira-parte-i/

BALTAZAR, Alessandra; SQUARIZI, Luciana. 25 anos bem comemorados, digo 27 anos! Jornal da Cidade Estância Turística de Batatais, Batatais, 21 maio 2021, Giro Histórico e Cultural. Disponível em: https://jornaldacidadebatatais.com.br/25-anos-bem-comemorados-em-maio-digo-27-anos/   

 

BALTAZAR, Alessandra; SQUARIZI, Luciana O dezembro de 1944 para Altamira. Jornal da Cidade Estância Turística de Batatais, Batatais, 22 jan. 2021, Giro Histórico e Cultural. Disponível em https://jornaldacidadebatatais.com.br/o-dezembro-de-1944-para-altamira/   

 

BALTAZAR, Alessandra; SQUARIZI, Luciana. O dia a dia da guerra por Altamira. Jornal da Cidade Estância Turística de Batatais, Batatais, 30 out. 2020, Giro Histórico e Cultural. Disponível em: https://jornaldacidadebatatais.com.br/o-dia-a-dia-da-guerra-por-altamira-pereira-valadares/  

 

BALTAZAR, Alessandra; SQUARIZI, Luciana. Entre Diários de Guerra. Jornal da Cidade Estância Turística de Batatais, Batatais, 25 out. 2019, Giro Histórico e Cultural. Disponível em: https://jornaldacidadebatatais.com.br/entre-diarios-de-guerra/

 

BALTAZAR, Alessandra; SQUARIZI, Luciana. Altamira Pereira Valadares. Jornal da Cidade Estância Turística de Batatais, Batatais, 24 maio 2019, Giro Histórico e Cultural. Disponível em: https://jornaldacidadebatatais.com.br/altamita-pereiravaladares/

 

BASAGLIA, Claudete Camargo Pereira. Fragmentos da trajetória de uma Enfermeira: Altamira e a Escola Anna Nery. In: SEMANA PROFESSORA GLETE DE ALCÂNTARA 5; MOSTRA CIENTÍFICA DE HISTÓRIA DA ENFERMAGEM 2, Centro de Memória da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – USP, 2008, Anais... Ribeirão Preto (SP): EERP/USP, 2008. p. 74. Disponível em: http://www2.eerp. usp.br/laeshe/sites/default/files/anaisV_1.pdf.

 

BASAGLIA, Claudete Camargo Pereira. Enfermeiras: “Destino” do voluntariado para a guerra. In: SEMANA PROFESSORA GLETE DE ALCÂNTARA 4; MOSTRA CIENTÍFICA DE HISTÓRIA DA ENFERMAGEM 1, Centro de Memória da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto – USP, 2007, Anais... Ribeirão Preto (SP): EERP/USP, 2007, p. 105-109. Disponível em: http://www2.eerp.usp.br/laeshe/sites/default/files/anais%20IV%20Semana_1.pdf .

LEANDRO, Yasmin de Andrade. A visão de mundo no caminho da guerra: algumas impressões da Capitã Altamira durante a Segunda Guerra Mundial. Revista Linguagem Acadêmica: Dossiê Capitã Altamira, v.11, n.1, p. 99-114, jan./jun. 2021. Batatais, SP: Claretiano, 2021. https://claretiano.edu.br/revista/linguage-academica/6093e7088cc51756a94eda99

 

MORETTO, Divina Marques da Silva. Mulher. A Tribuna, Batatais, SP, 27/03/2004.

 

PEREIRA, José Carlos Medeiros. A capitã-enfermeira Altamira Pereira Valadares conta sua participação na FEB. Entrevista concedida a José Carlos Medeiros Pereira. Amicus, Batatais, SP, n. 3, ano 2, p.77-89, maio 2001.   

 

PERES, M. A. A. Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro: 90 anos de sua criação. Escola Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, p. 7-9, jan./mar. 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ean/ v17n1/01.pdf

 

PINTO, Victor Ferreira. “Meu Diário de Guerra”: reflexões sobre a escrita de si de Altamira Valadares. Revista Linguagem Acadêmica: Dossiê Capitã Altamira, v.11, n.1, jan./jun. 2021. p. 15-41. Batatais, SP: Claretiano, 2021. Disponível em: https://claretiano.edu.br/revista/linguage-academica/6093e7088cc51756a94eda99

 

Revista Linguagem acadêmica: dossiê Capitã Altamira: Centro Universitário, v.11, n.1, jan./jun. 2021. Batatais, SP: Claretiano, 2021. 179 p. Disponível em: https://claretiano.edu.br/revista/linguage-academica/6093e7088cc51756a94eda99

 

SCHIMIDT, Vilma Lima; MACIEL, Carlos Maciel. A Mulher Brasileira na Segunda Guerra Mundial. TCC, 2010, São Paulo. União das Instituições Educacionais do Estado de São Paulo – UNIESP - Faculdades Teresa Martin – FATEMA. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/0BwHm-t9_11GUYmQ4MDk3MjMtMDAyMS00YTU0LThiN2YtOTMyMTk2NWIxZWRi/view?hl=pt_BR&pref=2&pli=1&resourcekey=0-khCp8-krY3yDDKEA5EYfeQ

 

SERRAZES, Karina Elizabeth. Fragmentos do passado e percursos do presente: o diário de Altamira como fonte histórica e recurso didático. Revista Linguagem Acadêmica: Dossiê Capitã Altamira, v.11, n.1, p. 43-72, jan./jun. 2021. p. 15-41. Batatais, SP: Claretiano, 2021. Disponível em: https://claretiano.edu.br/revista/linguage-academica/6093e7088cc51756a94eda99

 

SOUZA, Natália Aparecida Pereira; FREITAS, Nainôra Maria Barbosa de. O relato da alimentação na Segunda Guerra Mundial através do Diário de Guerra da Capitã Altamira. Revista Linguagem Acadêmica: Dossiê Capitã Altamira, v.11, n.1, p. 115-142, jan./jun. 2021. Batatais, SP: Claretiano, 2021. Disponível em: https://claretiano.edu.br/revista/linguage-academica/6093e7088cc51756a94eda99

 

VIOTTI, Ana Carolina de Carvalho; CARDOSO, Janaina Salvador. Enfermeiros e enfermarias no Brasil dos primeiros tempos. Revista Linguagem Acadêmica: Dossiê Capitã Altamira, v.11, n.1, p. 73-97, jan./jun. 2021. Batatais, SP: Claretiano, 2021. https://claretiano.edu.br/revista/linguage-academica/6093e7088cc51756a94eda99

 





quarta-feira, 7 de julho de 2021

08 DE JULHO DE 1945


Base aérea de Natal na II Guerra
Fonte: https://tokdehistoria.com.br/2014/01/07/parnamirim-field-na-imprensa-internacional/


2º DIÁRIO

PÁGINA 133

8-7-45-Domingo: Casablanca – Natal: Levantei-me ás 5hs,00 c/ o sargento q. me acordou com 1 vela acessa, pois não tinha luz_ Preparei-me e desci – já a limousine do Gel me esperava e fui só até ao aeroporto – Lá, pesei bagagem, fiz meu breakfast, troquei os francos em dólares. Só ás 7,30 foi q. o quadrimotor se pôs em movimento – 28 brasileiros sendo 6 oficiaes e + 1 americam oficer _ Nada de poltronas – flitagem etc. Vamos atravessar o Atlantico 16 horas – sou a unica brasileira e passageira entre os oficiaes e praças. Descemos em Dakar ás 14,25 isto é (menos 1 hora = 13,25

 


PÁGINA 134

Almoçamos e aguardamos a hora – muito calôr _ assim q. tornamos ao avião começou a chuver A minha caneta se estragou _ escrevo c/ 1 lapis de 1 sargento – Todos colocaram May-West, até já bem alto o avião – Partimos só ás 15,30 _ Novos pilotos – distribuição de lunch _ fixas de bagagem – circular sobre a Base aerea de Parnamirim em Natal _ Fui fumar 1 cigarro e acabei queimando meu travesseirinho _ Tirei o uniforme de brim e só estou c/ o slack _ Agóra estou sossegada quanto á bagagem. São 16,05 – estamos em pleno Atlantico _ Não vejo a hora de chegar em casa _ Consegui os autógrafos dos dois majores e dos 3 distintos oficiaes do Banco Brasil = BB. O meu caderno está terminando _ Pelo q. vejo tenho q. continuar em 1 3º volume. Afinal chegamos em Natal a ½ noite mas no meridiano 3 horas de menos – Fiquei acomodada na barraca 404 qto 9 – cama 2. Só depois de 1 farta refeição (1/2 dollar) tratei de me deitar. Linda base – terra abençoada – chove copiosamente.

INFORMAÇÕES ADICIONAIS: 

O manuscrito original do autointitulado “Diário de Guerra” - nome que a própria autora (Altamira) dá ao seu diário, encontra-se sob a guarda permanente do “Centro de Documentação da II Guerra Mundial Cap. Enf. da FEB Altamira Pereira Valadares” e possui dois volumes de encadernação simples. O primeiro compreende o período de 28/08/1944 [com excertos desde o dia 04/08/1944] a 28/04/1945 e o segundo volume, de 29/04/1945 a 22/08/1945. 
Além dos dois volumes manuscritos,  Altamira datilografou outro diário que ela chamou de livro com a sugestão do título ”Febianas”, numa releitura pessoal entre os anos de 1961 a 1970. Foi nesse diário datilografado que a autora inseriu fotos, cartas, desenhos, etc. já com desejo de publicação de seus relatos. Vale ressaltar que entre os diários manuscritos e o datilografado transcrito até metade do dia 18 de dezembro de 1944,  há supressão ou acréscimo de impressões e relatos.

Nota do Centro de Documentação: O texto datilografado por Altamira foi transcrito com a atualização da ortografia, mantendo a integridade das palavras e pontuações, mesmo quando aparentemente foram utilizadas de forma equivocada pela autora.

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